07/05/2010

Saber antecipar o que nos está a acontecer

"[...] são os países periféricos e semiperiféricos os que mais estão sujeitos às imposições do receituário neoliberal, uma vez que este é transformado pelas agências financeiras multilaterais em condições para a renegociação da divida externa através dos programas de ajustamento estrutural. Mas, dado o crescente predomínio da lógica financeira sobre a economia real, mesmo os Estados centrais, cuja dívida pública tem vindo a aumentar, estão sujeitos às decisões das agências financeiras de rating, ou seja, das empresas internacionalmente acreditadas para avaliar a situação financeira dos Estados e os consequentes riscos e oportunidades que eles oferecem aos investidores internacionais. Por exmplo, a baixa da nota decretada pela agência Moody's à dívida pública da Suécia e do Canadá em meados da década de noventa foi decisiva para os cortes nas despesas sociais adoptados pelos dois países."
Isto mesmo escreveu Boaventura de Sousa Santos em 2001, na obra Globalização: Fatalidade ou Utopia, Porto, Ed. Afrontamento, pp. 37.
Foi mais ou menos há dez anos e a história está a repetir-se. Mais exacto que a meteorologia.

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