No primeiro dia do ano de 1936, o matutino Diário da Manhã, caixa de ressonância do Estado Novo, colocava na sua primeira página um título em destaque, glorificando o consulado de Salazar: «Novo Ano Nova Vitória». Ora, a vitória celebrada faria inveja a Sócrates, pois tratava-se da vitória do Orçamento Geral do Estado, especificando o saldo positivo da administração de Salazar: exactamente um saldo positivo de 1952 contos, que assim transitaram para o ano que se iniciava. Não consta que tivessem chegado até hoje, pelo que se perderam pelo caminho, não resistindo incólumes, apesar duma governança poupadinha que fabricou o homo luso remediado, um exemplar tipico da fila dos assim-assim.
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