Sendo certo que os tempos que se aproximam, de forte contestação social, implicarão a repressão por parte das forças policiais, previsão tão fundamentada que o primeiro-ministro já determinou que o ministério das polícias (Administração Interna) não sofrerá quaisqier cortes orçamentais para fazer face a um mais que provável aumento dos protestos sociais nas ruas, aqui ficam as recomendações do comandante-geral da Guarda Municipal do Porto, Abranches de Queiroz, que, em 1891, aconselhou os seus soldados a esquecerem os tiros para o ar e a usarem de "pontaria baixa", "apontando para o centro do alvo, para não perder munições e ficarem bem evidenciados os resultados da desobediência" (cit. in Diego Palacios Cerezales, Portugal à Coronhada - protesto popular e ordem pública nos séculos XIX e XX, Lisboa Tinta da China, 2011, p. 174). Em tempo de crise, até as balas devem ser bem aproveitadas.
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