16/03/2010

Rolhas sempre houve

A lei da rolha, aprovada no último Congresso do PSD acabou por se tornar a grande vedeta do magno encontro do maior partido da oposição. Quando eu pensava que era o meu conterrâneo Fernando Costa a figura que todos recordariam, eis que o autarca das Caldas é ultrapassado por uma lei da rolha. Ele acaba por ser a sua primeira vítima. Mas o que ressalta daquele singular momento da lux social-democratensis é a forma como todos os políticos vêm protestar contra aquele atentado à liberdade de opinião. Fica assim provado que os portugueses reagem rapidamente quando se trata de lhe limitarem a liberdade de opinar. Porém este traço do seu carácter é tão antigo quanto a sua disposição para arrolhar a faladura. Já em 1850, no governo do odioso Costa Cabral, foi aprovada a famosa lei das rolhas, para acabar com a liberdade de imprensa. Também gerou grande e iluminada oposição, tendo circulado um manifesto público que contou com as assinaturas de Alexandre Herculano e Almeida Garrett, entre outros. Contudo, a lei das rolhas lá foi aprovada em Agosto de 1850 e promulgada no mês seguinte. Por isso, rolhas sempre houve. Desarrolhados é que nem sempre. E é pena.

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