03/06/2011

Pensamento e acção

O pensamento deve anteceder a acção. Se assim não for teremos acções impensadas ou irreflectidas, caminho certo para o malogro. Só que com os portugueses, o pensamento não só antecede a acção como a substitui. Os portugueses não fazem, pensam fazer. O pensamento excessivo pode paralisar a acção. É um pouco o nosso caso, só que nunca chegamos a sentir e a apercebermo-nos da paralisia da acção. O pensamento é suficiente, produz a aparência da realização e, com isso, a dose suficiente de contentamento que nos embriaga e nos basta. O sentirmo-nos paralisados não nos afecta desde que nos realizemos no teatro do pensamento. Esta fuga do plano da realidade e da acção marca a nossa maneira de ser. Há quem veja aí um sinal de genialidade. Ninguém o percebe como preguiça e como isso é dramático.

1 comentário: