29/11/2009

O ouro da nossa independência

O primeiro tributo anual pago por Afonso Henriques ao papa consistiu em quatro onças de ouro, mais ou menos 120 gramas. O papa Lúcio II tratava-o, no entanto, por dux portugalensis. Só ao fim de alguns anos é que Roma, através do papa Alexandre III em 1179, reconheceu solenemente Afonso Henriques como rei e o seu Estado como reino. Isto teve um preço: o tributo a pagar subiu quatro vezes, para dois marcos, quase meio quilo de ouro, a serem pagos todos os anos. O ouro parece ser, assim, uma garantia para a independência de Portugal. Os cofres do Banco de Portugal, cheios de ouro, em 1974, também foram uma das heranças do fascismo. O actual governador do Banco de Portugal sempre foi avesso à baixa de impostos. Ao contrário do provérbio, vão-se os anéis mas fiquem os dedos, Vitor Constâncio prefere ficar-nos com os anéis e com os dedos. Para pagar aos papas de Bruxelas.

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