04/03/2010

Uma questão de altura

É inegável que somos mais altos quando comparamos a nossa altura média nas últimas décadas. Há quem diga que é por causa da alimentação. Tenho as minhas dúvidas. De facto, somos menos atarrecados na nossa estatura física, mas continuamos com óbvias limitações na nossa compleição intelectual. E isso já não vai lá respeitando a roda dos alimentos.
A consciência de que somos baixos, para não dizer, baixotes, sempre nos perseguiu. Bastaria recordar os artifícios a que se recorria quando se tirava o bilhete de identidade. Uns centímetros a menos ou a mais podia representar a diferença entre uma machadada na nossa auto-estima ou um bom motivo para sair à noite sem medos. Uma das putativas noivas de D. Carlos foi afastada por ser mais alta que o nosso príncipe. Por isso, fomos preferindo a mulher que, como a sardinha, era pequenina. Mais próxima da petinga, os portugueses foram optando por mulheres maneirinhas; para muitos, a escolha era mesmo por uma mulher ao alcance da mão, ao alcance do estalo.
Actualmente, como somos mais altos, já podemos ficar mais atentos a outras qualidades da mulher, escolhendo em função de outros critérios. Os portugueses mais altos e confiantes, avançaram assim na escala civilizacional.

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