07/03/2011

A importância das remessas dos emigrantes

Até 1880, o défice da balança comercial era compensado pelas remessas dos emigrantes (V. António José TELO, Primeira República I, Lisboa, Ed. Presença, 2010, p. 50). Face ao aumento do nosso caudal de novos emigrantes, bem se percebe o optimismo de Sócrates face ao défice, embora este seja ligeiramente diferente: é que espera que as remessas dos novos emigrantes venha compensar, como no tempo do fontismo, o saldo negativo da balança comercial.
Mas já agora um aviso: na comunidade cigana usa-se a expressão remessa quando se refere que alguém foi atingido pelo mau-olhado. Diz-se então que levou uma remessa... Cuidem-se, pois, aqueles que fazem contas com as remessas.

1 comentário:

  1. De facto há uma tendência de as remessas dos emigrantes aumentarem, mas isso não significa que as mesmas vão equilibrar ou pelo menos atenuar o défice da balança comercial. Economia é uma ciência exata, ela guia-se com números, e não com factores que "possivelmente" possam influenciar positivamente o défice crónico da balança comercial. Além do mais, a balança de transferências correntes representa apenas cerca de 10% da balança corrente (a balança corrente é constituída por outras três balanças, balança de exportações, balança de rendimentos e balança de serviços). Isso significa que mesmo que haja um crescimento mirabolante a nível das remessas dos emigrantes, o mesmo não será suficiente absorver o défice da balança corrente.
    Mas, se formos a ver, se as coisas derem para o torto, sempre se pode dizer que as contas levaram uma "remessa"

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